A Má Doutrina de Newton Havia
Afetado Betesda?
Os líderes em Betesda insistiram que a
assembleia não tinha sido contaminada pelas ideias falsas de Newton sobre a
humanidade do Senhor, mas temos razões para questionar se isso é verdade. Foi
relatado que o Sr. H. Craik (o primeiro signatário da “Carta dos Dez” e um dos
dois ministros principais em Betesda) disse que a humanidade do Senhor era de
tal natureza que Ele teria morrido na velhice, e que se Ele tivesse bebido um
copo de veneno, este O teria matado! O Sr. Wigram escreve: “Ele [Sr. Craik]
disse com muita veemência noutro dia, que J.N.D. e seus seguidores fizeram
muito da humanidade do Senhor Jesus, e que ele acreditava que, se o Senhor não
tivesse sido crucificado, Ele teria vivido para ser um velho enrugado, e morreria
de morte natural!” O Sr. Trotter (comentando a observação do Sr. Craik)
disse: “O que ele diz da humanidade do Senhor não deixa margem para dúvidas de
que ele simpatiza, em grande parte, com os pontos de vista nada saudáveis do
Sr. Newton.”
Está claro nas afirmações do Sr. Craik
que ele acreditava que a alma e o espírito do Senhor não eram afetados pelo
pecado na criação, mas Seu corpo era. No entanto, quando falamos da humanidade
sem pecado de Cristo, ela abrange não apenas Sua alma e espírito, mas também
Seu corpo, pois a humanidade envolve essas três partes. Lucas 1:35 diz: “pelo
que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
Isso mostra que a humanidade do Senhor – que inclui Seu corpo – era “santa”
e não podia ser afetada pelo pecado. Portanto, em todo o Seu contato com o
pecado na criação, Ele permaneceu “imaculado” (Hb 7:26).
Além disso, o Sr. Trotter relata que era
bem conhecido que outro dos signatários da “Carta dos Dez” (Sr. Aitchison)
concordou com o Sr. Newton sobre seus pontos de doutrina errôneos e foi mencionado
em um folheto pelo Sr. Groves (cunhado do Sr. Muller e defensor de Betesda)
como um dos “amigos” do Sr. Newton!
Também, o Sr. Muller, o principal
ministro de Betesda (e outro signatário da “Carta”), disse que não podia chegar
ao ponto de dizer que o Sr. Newton era um herege e que não podia se recusar a
chamá-lo de irmão! Ele também declarou abertamente que J. L. Harris estava
fazendo um trabalho obscuro nos passos que deu para expor os erros de Newton.
Enquanto o Sr. Muller assinou o documento que denunciou os ensinamentos de
Newton publicamente, ele escreveu em particular: “Considero os escritos do Sr.
Newton os mais sólidos e escriturísticos, e minha esposa e eu temos o hábito de
lê-los, não apenas com o mais profundo interesse, mas com grande proveito para
nossas almas. Seus livros são certamente muito valiosos, pois exaltam a pessoa
e a obra de nosso bendito Senhor Jesus Cristo... Considero o Sr. Newton o
escritor mais preciso sobre temas religiosos do século XIX.” Perguntamos: “Essas
declarações não provam que o Sr. Muller estava cego aos erros desse mau mestre?”
Para dar um exemplo do caráter da
reunião em Betesda, o Sr. Darby relatou: “Uma senhora queria apresentar o Sr.
Newton para ensinar onde ela reunia perto de Betesda; esta reunião recusou; em
consequência disso ela deixou a reunião. Ela foi apresentada [recebida] em Betesda,
com o Sr. Muller sabendo que ela estava mantendo e propagando a doutrina; o Sr.
Craik, o outro pastor, a interrogou. Ela foi para lá porque era sabido que eles
admitiam essas pessoas naquela reunião.”
Um historiador recente dos “Irmãos” (Sr.
Jonathan D. Burnham), relata em seu livro (“Uma História de Conflito”) que, finalmente,
“os líderes dos Irmãos Abertos o viram [Sr. Newton] sob uma luz mais positiva
aceitando sua Cristologia modificada”.
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