Capítulo Um
PRINCÍPIO nº 1
A Associação com um Mau Mestre não Contamina uma Pessoa
O primeiro princípio que desejamos
examinar, que os Irmãos Abertos sustentam e praticam, é: a associação com um
mau mestre não contamina a pessoa; apenas absorver e defender seus maus
ensinamentos torna uma pessoa contaminada por ele. Nossa questão é simples:
este princípio está de acordo com a Escritura?
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Devemos afirmar desde o início destas considerações
que não acreditamos que esse princípio esteja de acordo com a Palavra de Deus.
Contudo, para ver o erro desse falso princípio, acreditamos que é necessário
entender um pouco da história de como os Irmãos Abertos surgiram em primeiro
lugar, pois toda a sua posição eclesiológica se baseia na negação de que a
associação com um mau mestre contamina uma pessoa.
Em Plymouth, Inglaterra, na década de
1840, havia um professor influente (B. W. Newton) entre os irmãos que
introduziu pontos de vista divergentes na doutrina daquilo que era comumente sustentado
e ensinado – alguns dos quais eram de natureza muito séria. Satanás usou a
situação para dividir os irmãos por meio do equivocado entendimento dos princípios
de como a Igreja deveria lidar com um mestre de más doutrinas e daqueles
associados a ele.
O Sr. Newton começou ensinando certas
visões divergentes sobre profecia e as esperanças da Igreja. Incluída em sua
errônea mistura de doutrinas estava a ideia de que os santos do Velho
Testamento faziam parte da Igreja, que é a Teologia Reformada (da Aliança). A
iminência da vinda do Senhor para Seus santos (o Arrebatamento), uma das
grandes verdades que haviam sido recuperadas para a Igreja naqueles dias – na qual
os irmãos viviam desfrutando muito do bem que ela trazia – foi negada e
substituída pela expectativa de certos eventos que deveriam ocorrer na Terra
antes que o Senhor viesse. É desnecessário dizer que ter isso introduzido no
meio dos santos que viviam aguardando o retorno iminente do Senhor era algo
mortal. Sua divergência na interpretação de vários tópicos bíblicos era, sob
muitos aspectos, o oposto do que os irmãos haviam acabado de recuperar e viviam
desfrutando naqueles dias. O Sr. Darby relatou: “O objetivo único e imparcial
parecia ser ensinar de maneira diferente do que os irmãos haviam ensinado, não
importando o que acontecesse, de modo a deixar de lado seus ensinamentos.” Foi
uma tentativa óbvia do inimigo de anular a verdade que tinha sido recentemente
recuperada.
Ao mesmo tempo, pouco a pouco, o Sr.
Newton introduziu princípios administrativos nas reuniões. Isso foi feito para
atender aos seus objetivos pessoais de presidir a assembleia em Plymouth. J. N.
Darby relatou que a opressão era tão grande que, ocasionalmente, um irmão simples
dava um hino e ninguém começava a cantar. Os mais simples ficaram desanimados e
temiam dar um hino depois disso. Em uma ocasião, em uma reunião de oração, o
Sr. Newton foi até um jovem irmão que havia dado um hino e tomou o hinário da
mão dele! Nas leituras da Bíblia, se alguém lesse apenas alguns versículos
relacionados ao assunto em discussão, seria informado que ele poderia ler sua
Bíblia em casa e que estava impedindo o ministério. Tornou-se praticamente
impossível para os irmãos “não autorizados” ministrarem na assembleia. Outros
servos do Senhor foram desencorajados de participar, porque (como o Sr. Newton
disse) não era bom para aqueles que estavam sendo ensinados a ouvir a
autoridade do mestre sendo questionada se alguém pensasse um pouco diferente;
isso poderia colocar em dúvida a credibilidade do mestre. Esse era seu modo de
impedir quem desafiasse suas ideias divergentes nas reuniões.
Nos assuntos administrativos da assembleia,
ele se tornou um Diótrefes habitual (3 Jo 9-10); ele controlou tudo. Outros de
peso e presentes na assembleia saíram e encontraram outros lugares para servir
o Senhor. (Naqueles dias havia interesse nas verdades recuperadas em todos os
lugares, e as necessidades de ensino excederam em muito o número de obreiros – Mt
9:37; Jo 4:35-38). Isso abriu a porta para o Sr. Newton ganhar a ascensão sobre
os irmãos em Plymouth e, portanto, dominar sobre o rebanho (1 Pe 5:3). Ele
também tinha um círculo de mulheres que o cercavam, que o elogiavam e se
empenhavam em promover seu ministério – enviando cartas e circulando seus
folhetos em todo o país. O resultado foi que existia uma condição na qual a assembleia
não tinha poder para lidar com sua conduta desordenada, pois ele controlava
tudo.
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