sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Capítulo Um - PRINCÍPIO nº 1 - A Associação com um Mau Mestre não Contamina uma Pessoa


Capítulo Um
PRINCÍPIO nº 1
A Associação com um Mau Mestre não Contamina uma Pessoa

O primeiro princípio que desejamos examinar, que os Irmãos Abertos sustentam e praticam, é: a associação com um mau mestre não contamina a pessoa; apenas absorver e defender seus maus ensinamentos torna uma pessoa contaminada por ele. Nossa questão é simples: este princípio está de acordo com a Escritura?

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Devemos afirmar desde o início destas considerações que não acreditamos que esse princípio esteja de acordo com a Palavra de Deus. Contudo, para ver o erro desse falso princípio, acreditamos que é necessário entender um pouco da história de como os Irmãos Abertos surgiram em primeiro lugar, pois toda a sua posição eclesiológica se baseia na negação de que a associação com um mau mestre contamina uma pessoa.
Em Plymouth, Inglaterra, na década de 1840, havia um professor influente (B. W. Newton) entre os irmãos que introduziu pontos de vista divergentes na doutrina daquilo que era comumente sustentado e ensinado – alguns dos quais eram de natureza muito séria. Satanás usou a situação para dividir os irmãos por meio do equivocado entendimento dos princípios de como a Igreja deveria lidar com um mestre de más doutrinas e daqueles associados a ele.
O Sr. Newton começou ensinando certas visões divergentes sobre profecia e as esperanças da Igreja. Incluída em sua errônea mistura de doutrinas estava a ideia de que os santos do Velho Testamento faziam parte da Igreja, que é a Teologia Reformada (da Aliança). A iminência da vinda do Senhor para Seus santos (o Arrebatamento), uma das grandes verdades que haviam sido recuperadas para a Igreja naqueles dias – na qual os irmãos viviam desfrutando muito do bem que ela trazia – foi negada e substituída pela expectativa de certos eventos que deveriam ocorrer na Terra antes que o Senhor viesse. É desnecessário dizer que ter isso introduzido no meio dos santos que viviam aguardando o retorno iminente do Senhor era algo mortal. Sua divergência na interpretação de vários tópicos bíblicos era, sob muitos aspectos, o oposto do que os irmãos haviam acabado de recuperar e viviam desfrutando naqueles dias. O Sr. Darby relatou: “O objetivo único e imparcial parecia ser ensinar de maneira diferente do que os irmãos haviam ensinado, não importando o que acontecesse, de modo a deixar de lado seus ensinamentos.” Foi uma tentativa óbvia do inimigo de anular a verdade que tinha sido recentemente recuperada.
Ao mesmo tempo, pouco a pouco, o Sr. Newton introduziu princípios administrativos nas reuniões. Isso foi feito para atender aos seus objetivos pessoais de presidir a assembleia em Plymouth. J. N. Darby relatou que a opressão era tão grande que, ocasionalmente, um irmão simples dava um hino e ninguém começava a cantar. Os mais simples ficaram desanimados e temiam dar um hino depois disso. Em uma ocasião, em uma reunião de oração, o Sr. Newton foi até um jovem irmão que havia dado um hino e tomou o hinário da mão dele! Nas leituras da Bíblia, se alguém lesse apenas alguns versículos relacionados ao assunto em discussão, seria informado que ele poderia ler sua Bíblia em casa e que estava impedindo o ministério. Tornou-se praticamente impossível para os irmãos “não autorizados” ministrarem na assembleia. Outros servos do Senhor foram desencorajados de participar, porque (como o Sr. Newton disse) não era bom para aqueles que estavam sendo ensinados a ouvir a autoridade do mestre sendo questionada se alguém pensasse um pouco diferente; isso poderia colocar em dúvida a credibilidade do mestre. Esse era seu modo de impedir quem desafiasse suas ideias divergentes nas reuniões.
Nos assuntos administrativos da assembleia, ele se tornou um Diótrefes habitual (3 Jo 9-10); ele controlou tudo. Outros de peso e presentes na assembleia saíram e encontraram outros lugares para servir o Senhor. (Naqueles dias havia interesse nas verdades recuperadas em todos os lugares, e as necessidades de ensino excederam em muito o número de obreiros – Mt 9:37; Jo 4:35-38). Isso abriu a porta para o Sr. Newton ganhar a ascensão sobre os irmãos em Plymouth e, portanto, dominar sobre o rebanho (1 Pe 5:3). Ele também tinha um círculo de mulheres que o cercavam, que o elogiavam e se empenhavam em promover seu ministério – enviando cartas e circulando seus folhetos em todo o país. O resultado foi que existia uma condição na qual a assembleia não tinha poder para lidar com sua conduta desordenada, pois ele controlava tudo.

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