sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Recepção à Comunhão


RECEPÇÃO À COMUNHÃO – Na Escritura, a recepção à comunhão não é vista como algo meramente local, embora seja efetuada localmente. Quando uma pessoa é recebida em comunhão na “mesa do Senhor” (1 Co 10:21) em um local, ela é recebida em comunhão com os santos como um todo – em todas as assembleias que estão no verdadeiro terreno da Igreja de Deus, como reunidas para o nome do Senhor.
Se alguém visitar outra assembleia em outro lugar, ele não é reexaminado pelos irmãos naquela localidade para a qual foi, mas é recebido porque já está em comunhão – mesmo que nunca tenha estado naquela assembleia antes. Se ele não é conhecido nessa localidade, ele deve levar uma “carta de recomendação”, afirmando que ele está em comunhão (At 18:24-28; Rm 16:1; 2 Co 3:1). Tais cartas são escritas de uma assembleia para outra, recomendando uma pessoa à comunhão prática da assembleia para a qual está indo. Esta carta não diz aos irmãos da localidade para a qual a pessoa está viajando para examiná-la e, em seguida, se tudo estiver bem, para recebê-la em comunhão. A carta anuncia que a pessoa já está em comunhão e que a assembleia deve recebê-la como tal.
Como todos os assuntos relacionados à assembleia devem ser feitos “por boca de duas ou três testemunhas” (2 Co 13:1), dois ou três irmãos da assembleia local da pessoa devem assinar a carta. Com isso, expressamos a verdade de que somos um corpo nessas questões de comunhão entre assembleias.
Quando pessoas foram salvas nos “lugares que estão além” (2 Co 10:16) e novas assembleias foram formadas, isso foi realizado em comunhão com os que estavam no terreno do “um só corpo”. Não era do pensamento de Deus que essas novas reuniões existissem como assembleias independentes, mas que elas fossem parte da única comunhão de crentes à qual todos os Cristãos são chamados. Portanto, o Espírito de Deus teve o cuidado de vinculá-las àqueles já reunidos no terreno do “um só corpo”, para que “a unidade do Espírito” fosse mantida. Diz dos crentes de Tessalônica: “Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judeia estão em Jesus Cristo” (1 Ts 2:14). Assim, eles estavam ligados em comunhão prática ao que o Espírito de Deus já havia começado.
Isso é confirmado no livro de Atos. Vemos as várias assembleias se movendo juntas praticamente e expressando a verdade de que eles eram um corpo – e isso foi antes mesmo que eles entendessem a verdade do um só corpo! Isso é visto em Atos 8:4-24. Muitos em Samaria haviam chegado a crer no Senhor Jesus por meio da pregação de Filipe, todavia, o Espírito de Deus não os reconhecia como estando no terreno da assembleia até que tivessem recebido o Espírito e tivessem comunhão prática com aqueles a quem Ele já havia reunido para o nome do Senhor Jesus em Jerusalém. Isso foi feito para impedir que os crentes samaritanos estabelecessem uma assembleia independente que fosse separada da assembleia em Jerusalém. Ao procurar manter “a unidade do Espírito”, dois representantes desceram de Jerusalém e impuseram as mãos sobre aqueles em Samaria (uma expressão de comunhão prática – Gl 2:9), pela qual o Espírito de Deus Se identificou com eles. Isso mostra que não é da mente de Deus ter assembleias independentes. O Sr. C. H. Brown disse: “Deus não permitiu que os samaritanos obtivessem reconhecimento oficial como pertencendo à igreja [assembleia] até que eles o recebessem desses emissários que desciam de Jerusalém.” Grande cuidado foi tomado pelo Espírito de Deus para vincular esses crentes “juntos” com os de Jerusalém, para que houvesse uma expressão prática do “um só corpo” na Terra, mesmo que essa verdade ainda não tivesse sido revelada como uma questão de doutrina.
Quando o apóstolo Paulo encontrou um grupo de crentes em Éfeso (At 19:1-6) que desconheciam os outros com quem Deus havia trabalhado, ele descobriu que o Espírito de Deus não os reconhecia como estando no terreno divino da assembleia. Eles não foram reconhecidos como estando no terreno do “um só corpo” até que tivessem o Espírito e tivessem comunhão prática (demonstrada pela imposição de mãos) com aqueles a quem o Espírito já havia reunido. Em referência a esse grupo de crentes, C. H. Brown também disse: “Eles precisavam de algo. Eles tinham que ser trazidos para a mesma unidade que já existia. Eles não podiam ser reconhecidos como ocupando um terreno diferente do resto deles. Paulo não podia dizer: ‘Vocês não estão no mesmo terreno que Antioquia ou Jerusalém, mas vocês têm muita verdade, e eu seguirei com vocês’. Ah não. Ele vai se empenhar em trazê-los para o mesmo terreno que o resto. Eles foram trazidos para a mesma coisa que havia sido formada antes mesmo de ouvirem falar disso.” Aqui, novamente, vemos o cuidado e a sabedoria que Deus tinha em manter “a unidade do Espírito” para que houvesse uma expressão prática da verdade do “um só corpo”.

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