sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

O que as Escrituras Ensinam?


O que as Escrituras Ensinam?

Está claro na Escritura que Deus não pretendia que a nomeação de presbíteros continuasse. Se o fizesse, teria continuado a dar apóstolos para que tais pudessem ser ordenados. Foi uma coisa temporária para a Igreja primitiva, até que se estabelecesse na verdade do “Mistério” e a Palavra de Deus fosse concluída (Cl 1:25-27). A Igreja estava em sua infância naqueles primeiros dias e precisava de presbíteros em um sentido oficial. À medida que a Igreja amadurecia e os apóstolos eram retirados de cena, esperava-se que a Igreja não precisasse dessa nomeação apostólica, mas teria a espiritualidade de “reconhecer” e “estimar” aqueles que fizessem esse trabalho (1 Ts 5:12-13).
Deus antecipou plenamente um tempo em que os apóstolos não estariam mais na Terra para nomear anciãos, e Ele garantiu que as assembleias não ficassem sem os que “assumiriam a liderança” (1 Ts 5:11-12 – JND; 1 Tm 5:17; Hb 13:17). O Espírito de Deus levantaria homens para continuar esta obra. A Escritura diz: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que Ele resgatou com Seu próprio sangue” (At 20:28). Quando os apóstolos estavam na Terra, eles designaram tais para o ofício de ancião porque reconheciam essa obra do Espírito nesses homens. Mas, como os apóstolos se foram, não devemos pensar que o trabalho de supervisão não possa continuar. Não há menção de que o Espírito de Deus pararia de levantar homens para fazer esse trabalho.
O Sr. Kelly disse: “O que então? Não existe alguém adequado para ser ancião ou bispo, se não houver apóstolos para escolhê-los? Graças a Deus, não há poucos! Você dificilmente pode olhar para uma assembleia de Seus filhos sem ouvir falar de homens idosos sérios que vão atrás dos desencorajados, que advertem os indisciplinados, que confortam os que estão afastados, que aconselham, advertem e guiam almas. Não são esses os homens que poderiam ser anciãos, se houvesse um poder para designá-los? E qual é o dever de um homem Cristão sendo que as coisas agora são a prática do que resta? Eu digo para não os chamar de ‘anciãos’, mas certamente para considerá-los em grande estima por causa de seu trabalho, e amá-los e reconhecê-los como aqueles que estão sobre o restante de seus irmãos no Senhor.”
Portanto, em uma reunião de Cristãos reunidos de acordo com a Escritura, haverá homens que continuarão com essa obra. Eles serão conhecidos pelo trabalho que realizam e devem ser reconhecidos como tais, mesmo que não tenham sido designados para esse cargo. A Palavra de Deus diz que devemos:
  • “Reconhecê-los” (1 Ts 5:12; 1 Co 16:15)
  • Tê-los “em grande estima” (1 Ts 5:13)
  • “Honrar” os que governam bem (1 Tm 5:17)
  • “Lembrar” deles (Hb 13:7)
  • “Imitar” a fé deles (Hb 13:7)
  • “Obedecê-los” (Hb 13:17)
  • “Submeter-se” a eles (Hb. 13:17)
  • “Saudá-los” (Hb 13:24) 

Portanto, não cabe a nós “preparar” e “escolher” homens para o trabalho de supervisão; é a obra do Espírito. Se Ele tiver liberdade, Ele levantará aqueles que farão esse trabalho. Mas é triste dizer que, entre os Irmãos Abertos, isso é dificultado pelo sistema criado pelo homem que eles adotam para escolher anciãos. Eles vão negar isso e nos dizer que estão apenas designando aqueles a quem o Espírito de Deus levantou no meio deles. Mas isso é presunçoso; essa é uma obra apostólica! É um afastamento da ordem da Escritura e uma imitação do modo de Deus de verdadeira supervisão em uma assembleia.
Mesmo quando os anciãos foram oficialmente nomeados para o cargo de supervisão pelos apóstolos, não há registro na Escritura que eles excluíssem outros irmãos das reuniões administrativas da assembleia. Isso pode ser visto na reunião realizada em Atos 15:6-22. Ele diz: “Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.” Embora não haja menção de outras pessoas presentes à reunião no livro de Atos, Gálatas 2:1-10, que relata a mesma reunião, indica que outros irmãos estavam lá. Paulo observa que essa liberdade foi abusada e certos “falsos irmãos” (que não eram apóstolos nem anciãos) entraram na reunião e tentaram impedir os procedimentos com os interesses deles.
Isso mostra que, quando essas reuniões não são fechadas para alguns, existe o risco de ter algumas pessoas que continuarão com pouco entendimento dos princípios da Escritura. Nesse caso, os irmãos líderes devem intervir e inibir a pessoa (ou pessoas). Foi o que aconteceu naquela reunião em Atos 15 e Gálatas 2. Quando alguns se levantaram e tentaram convencer os irmãos de sua opinião sobre o assunto em questão, Paulo e alguns outros intervieram e interromperam isso. Ele diz: “Aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição”.
O fato de esta reunião ter sido realizada “particularmente (separadamente dos outros) mostra que as reuniões de assuntos administrativos (às vezes chamadas de “reunião de cuidados”) devem ser realizadas separadamente da assembleia local como um todo. Há momentos em que é necessário que os irmãos responsáveis em uma assembleia se reúnam para discutir certas questões que a assembleia enfrenta sem a presença daqueles que são instáveis ou são governados pela emoção. Está claro em Atos 15:6 que as mulheres e jovens crentes não foram incluídas nesta reunião. A única outra pessoa na assembleia que seria excluída é um irmão que teve alguma restrição disciplinar sobre ele a esse respeito. Além dessas exceções, a reunião deve ser aberta a irmãos exercitados que cuidam do rebanho. Todos os irmãos não precisam estar lá se não forem exercitados sobre esse trabalho, mas os que vão precisam reconhecer aqueles a quem Deus levantou para “assumir a liderança” (Hb 13:17 – JND) e dar lugar a eles. A Escritura assume espiritualidade e comunhão por parte de todos em uma reunião de cuidados para discernir isso.
Ter irmãos em reuniões administrativas que não consideram a si próprios como líderes, lhes oferece a oportunidade de crescer em seu entendimento dos princípios da Escritura em assuntos referentes aos assuntos da assembleia. Se eles forem privados de comparecer a esse tipo de reunião, como é o caso dos Irmãos Abertos, eles perderão uma educação valiosa em questões administrativas. Além disso, a presença de outros irmãos nessas reuniões tende a manter um equilíbrio nas questões que surgem, e há maior imunidade ao desenvolvimento do espírito de partidarismo.
Na reunião descrita em Atos 15 e Gálatas 2, homens de duas assembleias diferentes (Antioquia e Jerusalém) compareceram porque o assunto em questão envolveu as duas localidades. Certos mestres da assembleia em Jerusalém haviam chegado a Antioquia e ensinado coisas erradas ali (At 15:24), e assim o assunto foi abordado entre as duas assembleias. Mas normalmente, em uma reunião de cuidados, deve haver apenas aqueles que pertencem a essa assembleia local.
Nos assuntos administrativos de uma assembleia, Deus quer que olhemos para Cristo, a Cabeça da Igreja, quando surgirem problemas (At 4:23-31) – e não inventar um sistema de administração em que quatro homens tratem deles. Pode ser uma maneira conveniente de evitar certas dificuldades que possam surgir, mas não é a ordem de Deus. Quando a ordem feita pelo homem entra na assembleia, embora possa ser com boas intenções, há consequências indesejadas que resultarão. Por exemplo, esse sistema poderia promover o elitismo. Os que estão no círculo interno podem começar a pensar (sem saber) que estão acima de seus irmãos, e isso será sentido na assembleia. Os homens que estão nesse círculo interno podem estar inclinados a não ouvir preocupações e sugestões legítimas das pessoas da assembleia porque pensam que sabem melhor e porque foram designadas para esse cargo. Outros irmãos na assembleia podem ter a sensação de que suas contribuições não são importantes e, portanto, podem não se preocupar em se interessar quanto aos cuidados da assembleia.

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