sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Os Testemunhos Pessoais são Suficientes?


Os Testemunhos Pessoais são Suficientes?

Os Irmãos Abertos essencialmente recebem pessoas para a ceia do Senhor com base no testemunho da própria pessoa. Mas não é isso que a Escritura ensina. Uma assembleia, funcionando conforme a Escritura, não faz nada pela boca de uma testemunha. Tudo deve ser feito de acordo com o princípio: “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra” (2 Co 13:1). Compare também João 8:17 e Deuteronômio 19:15. Portanto, a assembleia não deve receber pessoas com base em seu próprio testemunho. E especialmente quando todos os homens tendem a dar um bom relato de si mesmos, como diz a Escritura: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos” (Pv 16:2). E novamente: “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória” (Jo 7:18). É por isso que uma pessoa que deseja entrar em comunhão pode ser solicitada a esperar quando a assembleia não souber nada sobre ela. Uma vez que a assembleia local tenha conhecido uma pessoa que deseja estar em comunhão, ela poderá recebê-la com base no testemunho de outras pessoas.
Este é um princípio que se estende por toda a Escritura. Até o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se submeteu a esse princípio quando se apresentou a Israel como seu Messias. Ele disse: “Se eu testifico de Mim mesmo, o Meu testemunho não é verdadeiro [válido](Jo 5:31). Ele então deu quatro outras testemunhas que testemunharam a respeito de quem Ele era: João Batista, Suas obras, Seu Pai e as Escrituras (Jo 5:32-39). Embora tenha muitas testemunhas de Seu Messiado, o Senhor advertiu os judeus de que chegaria um dia em que eles, como nação, receberiam um falso messias (anticristo) sem testemunho. Ele disse: “se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5:43). Assim, o Senhor condenou a prática de receber alguém em seu próprio testemunho.
Os filhos de Israel falharam nesse mesmo ponto quando receberam os gibeonitas no próprio testemunho deles (Js 9). Isso está registrado na Escritura para nos alertar sobre o perigo de tal prática.
Atos 9:26-29 nos dá um exemplo do cuidado que a Igreja primitiva teve ao receber alguém em sua comunhão que tinha alguma história de oposição à verdade. Quando Saulo de Tarso foi salvo, ele desejou entrar em comunhão com os santos em Jerusalém, mas foi recusado. Embora tudo o que ele possa ter dito aos irmãos em Jerusalém sobre sua vida pessoal fosse verdade, ele ainda não foi recebido em seu próprio testemunho. Não foi senão após Barnabé pegar Saul e levá-lo aos irmãos, e testemunhar a fé e o caráter de Saul – para que houvesse o testemunho de dois homens – que eles o receberam. Depois disso, ele “andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo” (At 9:28). Se a Igreja primitiva não recebeu Saulo de Tarso imediatamente, certamente os Cristãos de hoje não podem esperar ser recebidos imediatamente quando desejam estar em comunhão.
Outra figura do Velho Testamento ilustra esse mesmo cuidado em receber. Quando a cidade de Jerusalém, o centro divino na Terra onde o Senhor havia colocado Seu Nome, foi reconstruída nos dias de Neemias, havia um grande perigo dos inimigos ao seu redor. Consequentemente, eles não abriam os portões para permitir que as pessoas entrassem na cidade “até que o Sol” aquecesse [literalmente – meio dia] (Ne 7:1-3). Eles se certificavam de que não havia vestígios de escuridão antes de receberem pessoas na cidade. Até aquele momento, eles faziam aqueles que queriam entrar na cidade aguardar” ou esperar. À medida que a escuridão na Cristandade cresce nestes últimos dias, esse tipo de cuidado deve ser exercido ao se receber alguém. Veja o mesmo princípio em 1 Crônicas 9:17-27 (“porteiros”).
Somos gratos por dizer que os princípios de recepção praticados pelo braço mais conservador dos Irmãos Abertos estão muito mais próximos da Escritura. Definitivamente, eles examinam aqueles que os procuram desejando estar em comunhão e, para todos os efeitos, são cuidadosos em receber. Mas, é triste dizer que eles ainda defenderão o princípio original de Betesda e insistirão em que uma pessoa só está contaminada pelas más doutrinas de um mestre, sustentando-as, mantendo-as e defendendo-as – não por mera associação com o mau mestre. Isso significa que a porta ainda está aberta para o mal entrar indiretamente, como aconteceu com Betesda.

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