O Princípio de uma
Confederação Uma Imitação da Unidade Prática do “Um Só Corpo”
Muitas vezes, quando aqueles com os
Irmãos Abertos ouvem esses princípios de comunhão entre assembleias, eles
dizem: “Nós fazemos isso; recebemos pessoas de outras assembleias que têm uma
carta de recomendação e reconhecemos os atos administrativos de disciplina
feitos em outras assembleias. Quando alguém é excomungado de outra assembleia
por algum pecado, não recebemos essa pessoa.”
É verdade que as assembleias entre os
Irmãos Abertos geralmente reconhecem os atos uns dos outros, mas não o fazem
porque veem que essas decisões são “ligadas no céu” e, portanto, ligando
cada assembleia. Eles declararão abertamente que não acreditam que cada
assembleia seja ligada pelos atos de outra assembleia. Eles acreditam que cada
assembleia deve defender sua causa e chegar à sua própria conclusão perante o
Senhor. Se eles chegam à mesma conclusão que as outras assembleias
chegaram sobre o assunto (o que geralmente fazem), eles consentem mutuamente e
agem de acordo com isso. Mas, sendo assembleias independentes, elas se reservam
o direito de aceitar ou rejeitar uma decisão tomada por outra assembleia.
Portanto, externamente, pode parecer que eles estão agindo de acordo com
o princípio do “um só corpo” – mas apenas parece assim; é realmente uma
imitação dessa verdade.
Os Irmãos Abertos são um sistema de
assembleias independentes reunidas no princípio de uma confederação. É um princípio
não bíblico de unidade e uma perversão da verdade do “um só corpo”. A comunhão entre assembleias
baseia-se no reconhecimento mútuo de cada assembleia como independente, e que
cada assembleia é livre para tomar suas próprias determinações nos assuntos.
Quando uma ação é executada em uma assembleia, eles não pretendem fazê-la em
nome de outras assembleias, porque acreditam que todas as ações administrativas
da assembleia são puramente locais. Portanto, um assunto tratado em uma
assembleia está aberto à reconsideração e revisão em outra assembleia. Esse princípio
não bíblico de independência pressupõe que tudo fica restrito à assembleia
local e não se estende a outras assembleias. Se acontece das assembleias agirem
juntas em um assunto, é puramente pelo princípio do consentimento mútuo.
Uma ilustração dada por W. J. Brockmeier
nos ajuda a ver o princípio fundamental de uma confederação. Ele nos pede que
consideremos a posição dos dois lados dos Estados Unidos na Guerra Civil
(1861-1865). A União (o Norte) via a nação como um todo indissolúvel; a posição
da Confederação (o Sul) era de que cada Estado mantinha o direito de fazer
parte – ou não fazer parte – da nação, se as coisas fossem tais, onde
diferissem em opinião. O Norte via a secessão (quebra de uma união) como
ilegal, enquanto o Sul sustentava que cada Estado tinha o direito de se
separar. Assim, temos o princípio básico de uma confederação; é exatamente isso
que os Irmãos Abertos operam em assuntos entre assembleias.
Portanto, quando uma pessoa visita de
uma localidade para outra e apresenta uma “carta de recomendação” a uma
assembleia de Irmãos Abertos é mais, na realidade, uma carta de indicação,
porque cada assembleia tem o direito de aceitar ou rejeitar a pessoa. (Isso seria
no braço “conservador” dos Irmãos Abertos, porque o braço “liberal”
praticamente já dispensou qualquer tipo de cuidado na recepção). Eles não veem
a pessoa como já em comunhão; portanto, é necessário um reexame na localidade
para a qual ele viaja. A visão deles de uma carta de recomendação (que o
visitante traz) é que ela apenas auxilia a assembleia no exame da pessoa e atua
como um auxílio para que eles cheguem a uma decisão sobre se receberão ou não
essa pessoa. Na “História dos Irmãos”, de N. Noel, ele nos diz que essas cartas
costumam ser “cartas de elogio pessoal, individual e privado!”. Em outras
palavras, são opiniões pessoais de pessoas sinceras a respeito da pessoa que é
portadora da carta. Ele também relata que a maioria das assembleias de Irmãos
Abertos desaprova o uso de cartas de uma assembleia para outra. De fato, de
acordo com o Sr. Noel, eles declararão que uma carta de apresentação não é um
“bilhete de comunhão”, mas evidências de que, no julgamento de homens piedosos,
o portador dela pertence a Cristo. A partir disso, fica claro que as “cartas
de recomendação” entre os Irmãos Abertos realmente perderam seu significado
bíblico.
À medida que prosseguimos, ficará claro
que o falso princípio da independência, introduzido pela primeira vez em Betesda,
é de fato uma imitação da verdade. Lembremos que fomos avisados pelo apóstolo
Paulo de que haverá na profissão Cristã aqueles que imitarão as coisas de Deus.
Ele fala de “Jannes e Jambres” como um exemplo (2 Tm 3:8). O que aqueles
dois homens fizeram parecia a coisa real, mas não era.
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