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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Ordem e Operação da Assembleia Não é o Assunto das “Sete Igrejas”


Ordem e Operação da Assembleia Não é o Assunto das “Sete Igrejas”

O livro do Apocalipse não trata da ordem e operação da Igreja como uma questão de doutrina. É um equívoco pensar que sim. Se fôssemos adotar nossa doutrina da Igreja desse livro, encontraríamos alguns erros sérios.
É verdade que o Senhor não disse a nenhuma das outras assembleias para lidar com os flagrantes males que aconteciam em Pérgamo e Tiatira, onde havia idólatras e blasfemos no meio deles. Mas Ele também não disse aos responsáveis em Pérgamo e Tiatira para excomungar aquelas pessoas iníquas em suas assembleias! Se tentarmos ensinar a partir desses capítulos que as assembleias não têm responsabilidade corporativa em relação umas às outras porque não há menção disso aqui, então também teríamos que adotar a partir desses capítulos que as assembleias não deveriam excomungar pessoas más em seu meio, porque também não há menção aqui! Os Irmãos Abertos certamente não acreditam nisso. Isso mostra que não podemos adotar nossa doutrina da Igreja desses capítulos.
É um equívoco pensar que, como não há menção a respeito da verdade do “um só corpo” nesses capítulos, as assembleias não devem praticar a verdade da unidade do corpo. O “um só corpo” é a linha da verdade de Paulo; João (o escritor de Apocalipse) não se ocupa com esse lado das coisas – não lhe foi dado apresentar isso. Se Apocalipse 2-3 estiver nos ensinando que as assembleias locais são autônomas, a Escritura se contradiz. É porque, como já vimos no livro de Atos e nas epístolas, a Escritura indica que deve haver uma coesão corporativa entre as assembleias como um todo. Apocalipse 2-3 não é o lugar para procurar princípios de ordem e função da assembleia. Se quisermos tal coisa, devemos recorrer às epístolas aos coríntios. Importar essa linha de coisas para esses capítulos é “forçar um pino redondo em um buraco quadrado”. Pode ser conveniente para apoiar os Irmãos Abertos, mas é uma exegese[1] bíblica deficiente. A boa interpretação da Bíblia é interpretar a Escritura à luz de todas as outras Escrituras, e outras Escrituras mostram claramente que as assembleias Cristãs devem praticar a verdade do um só corpo em suas relações entre assembleias.
O livro de Apocalipse deve ser entendido por sua interpretação simbólica (Ap 1:1 – “Deus... as enviou e as notificou [significou TB]”); não devemos interpretá-lo literalmente. É verdade que as sete igrejas eram assembleias literais naquele dia, mas o Senhor as estava usando para simbolizar certas condições que se desenvolveriam na história do testemunho Cristão. Essa é a interpretação primária desses capítulos.




[1] N. do T.: Trata-se de um termo se originou a partir do grego “exégésis”, que significa “interpretação”, “tradução” ou “levar para fora (expor) os fatos”.

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