A Consciência da
Assembleia Não é Alcançada nem Purificada nas Suas Decisões
Os assuntos da assembleia poderiam muito
bem ser resolvidos com mais tranquilidade, tendo quatro homens para lidar com
as coisas, mas a consciência da assembleia não está devidamente comprometida
quando as coisas são tratadas dessa maneira.
A escritura indica que, se for uma
questão de pecado na assembleia, a acusação feita à assembleia é que isso está “entre
vós.” Isso é, a assembleia como um todo (1 Co 5:1; Js 7:11.). A
assembleia deve senti-lo como seu próprio pecado, e deve lidar com ele como uma
assembleia. Portanto, a palavra para a assembleia é: “Tirai, pois, dentre
vós a esse iníquo” (1 Co 5:13). E tendo feito isso, a assembleia é purificada,
“em tudo (vós) mostrastes estar puros neste negócio” (2 Co 7:11).
Essas são ações da assembleia, não as ações de alguns homens agindo pela
assembleia.
Visto que a assembleia é acusada do
pecado, ela precisa estar envolvida na limpeza de sua consciência. Mas quando
alguns homens agem para a assembleia, a consciência da assembleia não é
adequadamente alcançada ou purificada no assunto. O Senhor disse: “dize-o
à igreja” (Mt 18:17). Isso mostra que é necessário um exercício coletivo da
assembleia. Atos 15, novamente, indica isso. Diz: “Então pareceu bem aos
apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja [assembleia]...” (v. 22). Embora nem “toda a assembleia”
estivesse na reunião administrativa, eles foram informados do assunto em
questão e sua consciência estava suficientemente engajada na decisão. Quando a
ação de assembleia é feita, ela deve ser feita com todos que estão presentes na
assembleia. Isso incluiria irmãs e irmãos mais novos. Todas as ações de ligar e
desligar da assembleia devem ser realizadas “em assembleia” (1 Co 5:4,
11:18) – ou seja, quando a assembleia está reunida em uma reunião para esse fim
(Mt 18:18-20; 1 Co 5:4). Os detalhes do caso não precisam ser aprofundados em
um fórum público, porque podem ser de natureza contaminante, mas o pecado
envolvido deve ser nomeado, e Escrituras lidas devem ter relação com a
responsabilidade da assembleia com o caso. Dessa maneira, a consciência de cada
pessoa na assembleia pode se engajar nas ações tomadas e serem purificadas no
assunto.
Este exercício é impedido quando as
questões são tratadas por quatro homens que atuam na assembleia. Sentindo nossa
fraqueza nas responsabilidades da assembleia, é compreensível o motivo de
querermos designar certas pessoas para fazer esse trabalho em nosso lugar, mas,
ao fazê-lo, a assembleia não está adequadamente envolvida no assunto. J. N.
Darby disse: “A reunião de alguns que servem e cuidam dos santos é muito
desejável, mas eles não podem atuar como assembleia, embora possam servi-la de
todas as maneiras.” Ele também disse: “Uma reunião de irmãos que trabalham não
é a assembleia, e a diferença prática é esta: que a consciência da assembleia
não é purificada.” Portanto, o falso sistema de supervisão que os Irmãos
Abertos usam essencialmente transformam em decisões de assembleias somente as
decisões dos homens no círculo interno. Embora esses homens possam ser
piedosos, profundamente exercitados e sinceros, podendo até chegar à conclusão
e julgamento corretos nessas questões, ainda assim anulam a consciência da
assembleia quando essas questões são tratadas dessa maneira. Ter esse sistema
interfere na dependência e comunhão com Deus nesses assuntos de assembleia. A
maneira de Deus administrar a assembleia é fazer com que ela dependa do Senhor
em busca de ajuda, mas a maneira do homem é estabelecer um sistema pelo qual os
anciãos da assembleia decidam pelos outros.
O sistema de supervisão “fechado” pode
ser conveniente, mas é uma imitação da verdade da supervisão administrativa da
Escritura. Superficialmente, parece ser o modo de Deus fazer a administração de
uma assembleia funcionar, mas um exame mais detalhado indicará que não é a
ordem de Deus.
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